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Da autorização para que as mulheres dirijam carros até a abertura de salas de cinema, nos últimos meses foi anunciada na Arábia Saudita uma série de reformas sociais e econômicas promovida pelo jovem príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman.
Em um reino ultraconservador regido por uma versão muito rigorosa do Islã sunita, as mulheres devem usar o véu integral em público e precisam da permissão de um tutor masculino (pai, marido, ou irmão) para viajar ou estudar.
Visão 2030
Em 25 de abril de 2016, o Conselho de Ministros aprova um vasto plano de reformas, chamado "Visão 2030", destinado a diversificar a economia saudita, muito dependente do petróleo. Devido à queda dos preços do petróleo em 2014, Riad teve que reduzir drasticamente o seu gasto público.
Iniciado por Mohammed bin Salman, de 32 anos, este plano prevê introduzir na Bolsa uma parte da gigante do petróleo Aramco. O príncipe revela igualmente uma série de megaprojetos destinados a estimular o crescimento e o emprego.
Turismo
Em 1º de agosto de 2017, Riad anuncia o lançamento de um projeto turístico que consiste em transformar cerca de 50 ilhas do Mar Vermelho em estações balneárias de luxo. Em outubro, a Arábia Saudita anuncia que começará a entregar vistos de turismo com o objetivo de fomentar as visitas.
Mulheres nos estádios
Em 23 de setembro de 2017, centenas de mulheres sauditas vão pela primeira vez a um estádio de Riad pela festa nacional. Depois as autoridades anunciam que as mulheres poderão assistir a eventos esportivos em três estádios a partir de 2018.
Em breve, o volante
Em 26 de setembro, o último país no mundo a proibir que mulheres dirijam anuncia que a partir de junho de 2018 elas poderão ficar atrás do volante.
Arábia 'tolerante'
Em 24 de outubro, Mohammed bin Salman promete uma Arábia Saudita "moderada" e "tolerante". "Não vamos passar outros 30 anos de nossas vidas nos acomodando com ideias extremistas. Vamos destruí-las agora", disse durante um fórum econômico. Anuncia também a criação de uma gigantesca zona de desenvolvimento econômico (NEOM) na fronteira com Egito e Jordânia, com investimentos projetados de mais de 500 bilhões de dólares.
Expurgo sem precedentes
No início de novembro, mais de 200 personalidades, entre elas ministros, ex-ministros e homens de negócios, são detidas, e algumas presas em um palácio da capital. Este expurgo sem precedentes ocorre depois do estabelecimento de uma Comissão Anticorrupção presidida pelo próprio Mohammed bin Salman. Em dezembro, o procurador-geral assinala que a maioria dessas personalidades aceitou um acordo financeiro em troca de sua libertação.
Entretenimento
A Autoridade Geral do Entretenimento quer fazer esquecer a reputação de reino inflexível, diante da reticência dos conservadores. Nos primeiros dias de dezembro, Riad recebe um festival de comediantes amadores, um show do compositor grego Yanni, acompanhado de cantoras femininas, e o primeiro show reservado às mulheres, com a cantora libanesa Hiba Tawaji. Em fevereiro, o país havia organizado em Jidá (oeste) o seu primeiro festival de cultura pop, a Comic-Con.
Telona
Em 11 de dezembro, as autoridades anunciam a abertura de salas de cinema a partir do início de 2018. Em janeiro, o mufti da Arábia Saudita, a máxima autoridade religiosa do país, ficou indignado com a possível abertura de cinemas e com shows, criticando que seriam fontes de "depravação".
Fonte: AFP
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